Unicamp cria repelente para tecidos e superfícies que pode ser usado no combate à dengue


Tecnologia disponível para licenciamento foi criada pela Faculdade de Engenharia Química (FEQ) e tem eficácia de até 12 horas. Unicamp cria repelente para tecidos e superfícies que pode ser usado no combate ao mosquito da dengue Fernando Pacífico / G1 Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Universidade Estadual de Campinas (SP) desenvolveu um repelente de mosquitos que pode ser aplicado em superfícies e tecidos. A eficácia do produto pode durar até 12 horas e é aliado no combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. O produto usa o mesmo tipo de repelente já visto no mercado para aplicações na pele. Segundo a professora Liliane Ferrareso Lona, responsável pelo estudo, o objetivo da pesquisa buscou criar um produto que evitasse a aplicação tópica. “Através de técnicas de laboratório, conseguimos imobilizar o repelente DEET [usado para proteção na pele] para que ele evapore mais lentamente. Esse processo é chamado de encapsulação”, explicou a professora. Como o produto foi feito? O processo usado pela equipe permite que a tecnologia, já disponível para licenciamento, seja aplicada em tintas ou em outros produtos que podem impregnar em tecidos. “Ele parece um leite, portanto pode ser usado na forma de spray, aerosol e aplicado com pincel”, apontou a docente. Repelente para superfícies desenvolvido na Unicamp, com suas microscopias Guilherme Gomes/Liliane Lona O produto se constitui de nanocápsulas dispersas em água. Cada nanocápsula tem diâmetro de aproximadamente 100 nanômetros. “Para se ter uma ideia, o diâmetro de um fio de cabelo é de aproximadamente 80.000 nanômetros”, explicou Liliane. “Estas nanocápsulas são formadas de uma casca de polímero, tendo o repelente em seu interior. É como se fosse um bombom, onde o chocolate é a casca polimérica e o DEET na forma líquida é recheio”, exemplifica a professora. A liberação do ‘recheio’ do ‘bombom’, ou seja, do do DEET de dentro das nanocápsulas poliméricas, ocorre de forma lenta e controlada, e depende da temperatura do ambiente – que pode ser acelerada em graus mais elevados. Contato com crianças O repelente desenvolvido pela FEQ pode entrar em contato com crianças, recém-nascidos e grávidas e não tem cheiro. Segundo os pesquisadores, a aplicação na roupa exclui a necessidade de uso do repelente diretamente na pele. “O uso do repelente em superfícies abre uma alternativa para pessoas com algum tipo de alergia ao produto”. “Isso seria vantajoso no caso de alergias, ou para proteção de bebês, por exemplo, já que existem estudos que relacionam o repelente aplicado diretamente sobre a pele e doenças neurológicas”, finalizou Liliane Lona. Veja mais notícias da região no G1 Campinas.

Fonte: Globo.com
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