ENTENDA a cirurgia de Bolsonaro para corrigir hérnia em cicatriz de operação anterior
Procedimento vai corrigir alteração de tecido que surgiu no local das intervenções anteriores; presidente diz que ficará afastado por 10 dias. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Adriano Machado/Reuters O presidente Jair Bolsonaro fará, no próximo domingo (8), uma cirurgia para corrigir uma hérnia de 6 centímetros no lado direito da parede abdominal, perto da cicatriz que tem na barriga. O pós-operatório deve durar aproximadamente uma semana, e Bolsonaro diz que poderá ficar afastado das funções de presidente por 10 dias. É a quarta cirurgia que o presidente fará no abdome desde que recebeu uma facada durante a campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG), no ano passado. A operação, que é considerada de médio porte, será realizada no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, pelo médico Antonio Luiz Macedo, que atendeu o presidente após o atentado. Não há informação sobre se a cirurgia será aberta ou por laparoscopia. Uma hérnia incisional como a de Bolsonaro, que pode ter vários tamanhos, ocorre quando o músculo abdominal enfraquece, explica o clínico geral Roberto Zeballos, do Hospital Albert Einstein, também em São Paulo, que não faz parte da equipe médica tratando Bolsonaro. “Quando a parede abdominal fica fraca, essa musculatura abdominal deixa, então, de conter as vísceras que estão dentro da cavidade abdominal", explica Zeballos. "O intestino é pressionado pelos próprios movimentos peristálticos e passa pelas fibras musculares, causando uma impressão na parede abdominal que por fora é vista como uma bola, que facilmente você consegue comprimir com as mãos”, diz o médico. De acordo com um estudo publicado em abril deste ano por médicos da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, o fator de risco mais comum para desenvolver hérnias incisionais é ter um histórico de cirurgias abdominais. Os médicos da universidade analisaram quase 30 mil pacientes e descobriram que ter passado por várias cirurgias abdominais aumentou o risco de desenvolver uma hérnia em 87,5% dos casos. É o caso do presidente Jair Bolsonaro, que já passou por três cirurgias na região. Neste domingo (1º), o médico Antonio Macedo, que fará a operação, explicou: “Abrimos três vezes no mesmo lugar. Enfraqueceu", disse. Veja como foram as cirurgias anteriores de Bolsonaro No estudo americano, de 1.127 pacientes, cerca de 4%, precisaram de uma segunda cirurgia para reparar a hérnia incisional causada pela primeira intervenção. O problema, no entanto, pode chegar a atingir cerca de 20% das pessoas que passam por uma cirurgia abdominal. Correção é simples, diz especialista Roberto Zeballos, do Hospital Albert Einstein, explica que corrigir o problema é simples. “A cirurgia não demora muito. A solução é cirúrgica com a colocação de tela para conter o intestino. A hérnia incisional dificilmente complica”, diz. O único risco, segundo ele, é que os vasos sanguíneos do intestino sejam comprimidos. Isso pode cortar o fluxo sanguíneo para parte do intestino e levar à morte do tecido intestinal afetado. Cirurgias do presidente Bolsonaro passou por uma avaliação médica na manhã deste domingo (1º), no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A primeira cirurgia após a facada aconteceu no mesmo dia do incidente, em um hospital de Juiz de Fora (MG). Cinco cirurgiões e dois anestesistas participaram da intervenção. Durante o procedimento, Bolsonaro recebeu quatro bolsas de sangue, e teve implantada uma bolsa de colostomia. Dias depois, em São Paulo, Bolsonaro passou por uma segunda cirurgia, quando os médicos reabriram o corte da primeira operação e encontraram uma obstrução em uma alça do intestino delgado, que fica na parte esquerda do abdômen. Em janeiro de 2019, o presidente voltou ao Einstein, em São Paulo, para retirada de bolsa de colostomia e ligamento do intestino. O autor do ataque contra o presidente foi internado por tempo indeterminado em um manicômio judicial.
Fonte: Globo.com
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