Equipe brasileira do Inpe ajudou a monitorar rota de sonda indiana até a órbita da Lua


Equipe de cientistas recebeu representante indiano e encaminhou dados de satélites para a agência espacial do país. O Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) ajudou a missão indiana que levou a sonda Chandrayaan-2 até os polos da Lua. Uma equipe de 12 pessoas, com técnicos e um engenheiro, recebeu dados de satélites e depois enviou para a Organização de Pesquisa Especial da Índia (ISRO). Um cientista indiano veio ao Brasil para acompanhar o processo. O Inpe deu suporte durante a etapa de trajeto até a Lua, mas não atuou na execução da aterrissagem. A Chandrayaan-2 foi lançada em 22 de julho deste ano. Ela sucedeu a primeira missão, a Chandrayaan-1, que sobrevoou a Lua e fez uma mapeamento da superfície em 2008. Em 2019, a ideia era tornar a Índia o quarto país a aterrissar no satélite natural, depois de Estados Unidos, Rússia e China. Na última sexta-feira (6), a sonda estava prestes a pousar na Lua. A ISRO perdeu o contato a poucos metros do solo. No domingo (8), o módulo de pouso Vikram foi encontrado na superfície lunar, mas a comunicação não foi recuperada. "Foi meio que um balde de água fria. Seria a cereja do bolo ter a missão completa. Mas, de qualquer forma, todo o processo é aprendizado. Foi uma evolução muito grande dos indianos", disse Fernando Almeida, engenheiro eletrônico do Inpe Nasa diz que missão lunar da Índia é inspiradora, após país perder contato com módulo espacial A missão indiana foi idealizada com tecnologia nacional, e contou com parcerias estrangeiras. No caso do instituto brasileiro, os pesquisadores ajudaram a monitorar a órbita da sonda em aproximação com a Lua. Participou também uma equipe do Laboratório JPL, da agência espacial americana (Nasa). O trajeto idealizado até o satélite natural funcionou assim: várias órbitas elípticas ao redor da Terra, que aos poucos foram se expandindo para entrar em curso até a Lua, que atraiu a Chandrayaan-2 com sua força de gravidade. A questão é que, em alguns pontos da órbita, as antenas indianas não tinham capacidade de monitorar a sonda. Nesta hora, entraram os cientistas do Brasil. Da esquerda para a direita: Rita Mesquita, Edil Nascimento, Dharvendra Yadav, Lucilene Lobato e Fernando Almeida; Equipe brasileira que atua em Alcântara, estação do Inpe, junto com visitante indiano (centro da foto) Fernando Almeida/Arquivo Pessoal "As nossas antenas servem para receber os dados a bordo da sonda e também para enviar telecomandos, para dar ordens para alguma atividade no espaço", explicou Fernando. "Quem controlava a sonda era a Índia, através do centro de controle em Bangalore. Eles criaram uma rede de comunicação com as nossas antenas e as da Nasa. As antenas são apenas o ponto de apoio entre o centro de controle e a espaçonave", disse o engenheiro do Inpe. As antenas das estações de Alcântara e Cuiabá, do Inpe, faziam contato com três satélites – dois brasileiros e um em parceria com a China. Eles enviavam os dados para o instituto, que encaminhava para a agência espacial indiana. O rastreamento começou em 22 de julho, dia do lançamento, e seguiu até 14 de agosto. Essas antenas do Inpe também seguem e ajudam no controle dos satélites brasileiros. De acordo com Fernando, os cientistas já participaram de uma missão chinesa, e outras indianas, incluindo o envio de uma sonda para a órbita de Marte e a primeira Chandrayaan-1. Cientistas acompanham tentativa de pouso na superfície da Lua na ISRO, agência espacial indiana. Reprodução/YouTube ISRO A missão O objetivo da missão era obter informações sobre a composição mineral da Lua e eventual presença de água nos polos. O contato com a base foi perdido cerca de 20 minutos depois de iniciado o procedimento de pouso suave, que visa reduzir a velocidade do módulo para garantir uma chegada segura. Os cientistas da ISRO acompanhavam a missão ao vivo na sede da agência espacial quando o sinal do módulo foi perdido. O pouso do módulo Vikram estava agendado para acontecer às 17h25h da sexta-feira. Depois, o jipe Pragyan deveria explorar a superfície lunar entre 20h30 e 21h30. "A descida do módulo de pouso Vikram estava normal até uma altitude de 2,1 km. Então nós perdemos comunicação. Os dados estão sendo analisados", disse Kailasavadivoo Siva, responsável pela ISRO após a tentativa de pouso. Índia lançou missão até a Lua na segunda-feira, 22 de julho Indian Space Research Organisation/Reuters

Fonte: Globo.com
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