Rótulos de alimentos podem ganhar alertas sobre alto teor de açúcar, gordura e sódio, diz Anvisa
Produtos teriam que apresentar essa informação em na embalagem. Proposta vai para consulta pública durante 45 dias. Avisos frontais devem complementar informação da tabela nutricional, dispostas geralmente na parte de trás dos alimentos. USP Imagens A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quinta-feira (12) a abertura de uma consulta pública sobre um proposta para atualizar os rótulos nutricionais dos alimentos embalados. Segundo a agência, o objetivo é facilitar a compreensão da rotulagem nutricional pelos consumidores para realização de escolhas alimentares. A agência já recebeu mais de 30 mil contribuições da sociedade sobre o tema. Brasil quer colocar alerta na frente dos rótulos dos alimentos A proposta avaliada compreende a tabela de informação nutricional, alegações nutricionais e a novidade de incluir uma rotulagem nutricional frontal. Os rótulos de alimentos com alto teor de sódio, gordura e açúcar teriam a simbologia de uma lupa, para que o consumidor possa visualizar nos produtos o que pode trazer de maior risco para a saúde. A lupa da rotulagem frontal será obrigatória em alimentos com altos níveis de açúcar, gordura ou sódio Reprodução/Anvisa Como será feito o cálculo para o alto teor A cada 100 ml ou a cada 100g, a Anvisa adotou os seguintes limites para cada composto: Açúcar: 10g para sólidos e 5g para líquidos; Gordura saturada: 4g para para sólidos e 2g para líquidos; Sódio: 400 mg para sólidos e 200g para líquidos. Passados esses limites, a empresa deverá colocar o alerta quando a norma entrar em vigor. Tabelas mais legíveis Para a tabela de informação nutricional, a Anvisa propõe incluir a declaração dos valores nutricionais por 100 g ou ml do alimento fixos, para permitir comparações. E reduzir a variabilidade no tamanho das porções. Além disso, estabelece critérios de legibilidade, como caracteres e linhas em cor 100% preta num fundo branco, tamanho da letra, espessura das linhas e margem, para melhorar sua visualização e leitura. Nova tabela nutricional será mais legível e com informações padronizadas Reprodução/Anvisa Se aprovada, todas as embalagens terão rótulos com a imagem de uma lupa com informações de que aquele alimento é alto em açúcares adicionados, gorduras saturadas ou sódio, se as quantidades desses ingredientes forem iguais ou superiores aos limites definidos. Os limites terão diminuição gradual a partir da publicação da norma. A simbologia deverá ser localizada na metade superior do painel principal, numa única superfície contínua. O design da rotulagem frontal foi feito a partir de pesquisas com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade de Brasília (UnB). Uso não obrigatório para pequenos produtores A rotulagem frontal é voluntária nos rótulos dos alimentos fabricados por agricultor familiar, empreendedor familiar rural, empreendimento econômico solidário e Micro Empreendedores Individuais (MEI). Não se aplica a alimentos cuja declaração da tabela nutricional é voluntária e a alimentos com teores naturais elevados de algum nutriente crítico, para evitar a transmissão de uma mensagem inadequada. Novos rótulos pretendem evitar má interpretação sobre os produtos Marcelo Camargo/Agência Brasil Quanto às alegações nutricionais, a Anvisa propõe uma mudança nos critérios para reduzir situações de engano. Alimentos com rotulagem frontal de açúcar adicionado não podem ter alegações para açúcares e açúcares adicionados. Ainda que o alimento seja de fato reduzido em açúcar, se houver a rotulagem frontal, a alegação não será permitida. O mesmo acontece com gordura saturada, não podem ter alegações para gorduras totais, saturadas, trans e colesterol, e com sódio, para sódio ou sal. Próximos passos A proposta apresentada ainda precisará ser colocada em consulta pública, quando o texto ficará disponível no site da agência para receber contribuições de qualquer pessoa durante 45 dias. É só depois dessa etapa que os diretores da agência colocarão a proposta em votação para definir se ela entra ou não em vigor como Resolução da Diretoria Colegiada, o que estabeleceria novas regras para as indústrias do setor alimentício.
Fonte: Globo.com
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