Professor de Oxford é acusado de vender fragmentos de Bíblia milenar
O professor de clássicos Dirk Obbink foi acusado pela Sociedade de Exploração Egípcia de vender 11 peças da Coleção Oxyrhynchus para o Museu da Bíblia, em Washington. Professor Dirk Obbink é um dos principais especialistas em clássicos do mundo BBC A Universidade Oxford está investigando as acusações de que um de seus acadêmicos vendeu fragmentos antigos de uma Bíblia milenar arquivada na instituição para uma empresa americana. O professor de clássicos Dirk Obbink foi acusado pela Sociedade de Exploração Egípcia (EES, sua sigla em inglês) de vender 11 peças da Coleção Oxyrhynchus. Os itens — mantidos na Biblioteca Sackler da universidade — foram parar no Museu da Bíblia em Washington DC. O professor Obbink, que foi procurado para comentar o caso, permanece na universidade. Os textos gregos antigos escritos em fragmentos de papiro foram originalmente encontrados durante o início do século 20 na cidade egípcia de Oxirrinco — eles datam de cerca do ano 100 d.C. Em uma declaração em seu site, a EES informou que o museu disse que os fragmentos foram vendidos. A instituição disse que "o MOTB (Museu da Bíblia) informou que 11 dessas peças chegaram aos seus cuidados depois de serem vendidas às lojas Hobby Lobby pelo Prof. Obbink, a maioria em dois lotes em 2010." Ele acrescentou que não havia nomeado novamente o professor como editor geral da coleção em 2016 por conta de "preocupações que ele não dirimiu" sobre seu suposto envolvimento na comercialização de textos antigos. A coleção Oxyrhynchus é armazenada na Biblioteca Sackler, que pertence à Universidade Oxford BBC Peças devolvidas A EES disse que também o proibiu de acessar a coleção desde junho deste ano. A decisão foi tomada depois que veio a público um contrato de 2013 para a venda de quatro textos, feita por ele à Hobby Lobby, uma empresa de artesanato. A denúncia foi feita por um acadêmico de uma universidade australiana. O MOTB concordou em devolver as 13 peças ao EES. Em um comunicado, o museu disse que a Hobby Lobby havia adquirido os itens "de boa fé" entre 2010 e 2013 de um "especialista conhecido de Oxford", e que continuaria ajudando o EES a "recuperar outros itens que possam ter sido removidos". A Hobby Lobby se recusou a comentar as acusações. Em 2017, a Hobby Lobby foi forçada a devolver milhares de artefatos contrabandeados que havia comprado para o MOTB. A empresa disse na época que "não acompanhava completamente as complexidades do processo de aquisições" e que confiava na experiência dos revendedores. O presidente da Hobby Lobby, Steve Green, também atua como presidente do museu, que foi inaugurado em 2017, e estava por trás de sua fundação. Um porta-voz da Universidade Oxford disse que a instituição está trabalhando junto "com a Sociedade de Exploração Egípcia com relação às alegações relativas a papiros da coleção Oxyrhynchus". "A universidade está conduzindo sua própria investigação interna para procurar esclarecer os fatos."
Fonte: Globo.com
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