Crianças transgênero se sentem tão meninas ou meninos quanto as cisgênero, diz estudo


Cientistas recrutaram 317 crianças trans e 316 crianças cisgênero (aqueles cuja identidade de gênero corresponde ao sexo ao qual foram designados no nascimento) para comparar o desenvolvimento do gênero entre os indivíduos. Uma pessoa segura bandeira do movimento trans Brendan McDermid/Reuters/Arquivo Crianças transgênero se sentem tão meninas ou meninos quanto seus equivalentes não transgênero, de acordo com um grande estudo realizado com crianças americanas que permitiu que observadores vissem como os jovens se enquadram nas normas sociais de gênero. Os autores do estudo, pesquisadores da Universidade de Washington que publicaram suas descobertas nesta segunda-feira (18) na revista científica "Pnas", recrutaram 317 crianças trans com entre três e 12 anos, que compararam com seus irmãos e irmãs, assim como 316 crianças cisgênero (aqueles cuja identidade de gênero corresponde ao sexo ao qual foram designados no nascimento). O objetivo do estudo era comparar o desenvolvimento do gênero de crianças trans e cisgênero para ver se as crianças que haviam feito a transição para outro gênero diferiam daquelas que haviam vivido a vida inteira se identificando como menino ou menina. O processo de transição para crianças geralmente envolve uma mudança de pronome, e com frequência de roupas, corte de cabelo e nome. Transgênero é a pessoa que se identifica com o gênero oposto ao qual ela nasceu. Não há relação com orientação sexual. Alexandre Mauro / G1 Os pesquisadores estudaram os brinquedos que as crianças preferiam, quem eram seus principais companheiros de brincadeira e se suas roupas eram mais femininas ou masculinas. Eles observaram uma forte consistência entre as crianças. "As pessoas questionam se essas crianças estão fingindo ou se é apenas uma fase", disse à AFP Selin Gulgoz, o primeiro autor do estudo. Ela disse que na realidade "as crianças transgênero não apenas mostram preferências de identidade e tipo de gênero consistentes com sua atual identidade de gênero, mas também as mostram na mesma medida que as crianças cisgênero". Em outras palavras, um garoto trans de 10 anos, que pode ter passado nove anos de sua vida sendo tratado como uma garota por causa de seu sexo de nascimento, em geral se comporta como qualquer outro garoto de 10 anos, a julgar por suas escolhas de amigos e brinquedos, disseram os pesquisadores. Uma pequena diferença foi observada na escolha das roupas - as crianças trans tendiam a estar mais dispostas a se adequar a roupas estereotipadas masculinas ou femininas do que seus pares cisgênero.

Fonte: Globo.com
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