‘Temos avançado no diagnóstico precoce, mas isso não é o mesmo que prevenção’
Cardiologista lança livro sobre longevidade e lamenta que o aumento da expectativa de vida tenha virado sinônimo de tomar remédios por mais tempo Em 2008, o médico e nutrólogo Edmond Saab Junior, cardiologista do corpo clínico Hospital do Coração e professor de pós-graduação da Associação Brasileira de Medicina Biomolecular e Nutrigenômica, escreveu um guia que se tornou best-seller. “O manual do proprietário” tinha como proposta ajudar as pessoas a compreender os mecanismos do corpo para cuidar melhor da saúde. Agora acaba de lançar “Os segredos da longevidade: um verdadeiro manual para ser saudável e viver mais por meio da alimentação, da medicina preventiva e do equilíbrio do seu organismo”, uma ótima leitura para quem quer tomar as rédeas da própria vida em 2020. Edmond Saab Junior, cardiologista do corpo clínico Hospital do Coração, é também nutrólogo Divulgação Adepto da medicina integrativa, que utiliza métodos complementares de tratamento, como nutrologia clínica, prática ortomolecular, fitoterapia, entre outros, ele afirma: “a medicina moderna é fantástica para o diagnóstico preciso e salvar vidas, mas, em termos de prevenção, necessitamos integrar diversas áreas do saber, sem excluir nada”. Lembrando uma frase sua que ficou famosa – “não há um milhão de causas para um milhão de doenças diferentes” – é contundente: “alguns dos principais ‘monstrinhos’ são bem conhecidos de todos. Vivemos uma epidemia de diabetes e as doenças autoimunes vêm crescendo. Por volta de 2030, segundo a Organização Mundial da Saúde, o câncer vai ter ultrapassado as doenças cardiovasculares como principal causa de morte. Infelizmente só temos avançado no diagnóstico precoce, e isso não é prevenção. No fim das contas, mais pessoas estão consumindo remédios para o resto de suas vidas, quando o fundamental é que mudem seus hábitos”. O doutor Saab trabalha em três frentes para essa transformação: hidratação, oxigenação e nutrição. Como esse blog já tratou da importância da hidratação e da atividade física, que está no pacote “oxigenação” do livro, decidi focar no item nutrição. “Parta do princípio de que alimento bom é o que apodrece rápido. O mais natural sempre será o mais saudável. Alimente-se como seus antepassados, com quase nada industrializado. Essa sem dúvida será a melhor escolha, apesar de não ser a mais fácil”, ensina. O médico também alerta para o fato de pelo menos 50% das pessoas acima de 60 anos apresentarem hipocloridria, ou seja, baixa produção de ácido clorídrico. Para entender por que isso é um problema: o estômago é composto em grande parte por células parietais para a produção do ácido clorídrico, que protege o trato gastrointestinal da invasão de microorganismos nocivos que vêm do meio externo, com os alimentos. O pH estomacal deve ser mais ácido para iniciar a digestão das proteínas e ainda estimular o pâncreas a produzir todas as enzimas necessárias ao processo. “O pior é que quase todos esses pacientes são tratados com medicamentos que impedem a produção de ácido clorídrico, conhecidos pelos nomes comerciais de omeprazol, lanzoprazol, pantoprazol, esomeprazol e amplamente utilizados para refluxo e gastrite”, escreve. Um crítico do uso excessivo de medicamentos, o doutor Saab diz que a desprescrição de remédios deveria estar na pauta de todo médico. Enfatiza que o envelhecimento saudável está ligado ao estilo de vida e propõe uma linha de ação: 1) Alimentação com menor consumo de proteína animal, uma dieta mais baseada em vegetais. 2) Estar atento às propagandas de medicamentos, coibindo o uso indiscriminado de remédios desnecessários que trazem prejuízos ao organismo, e estimulando campanhas contra a automedicação. 3) Ensinar a população a se hidratar, oferecendo água de melhor qualidade, com subsídio para filtros de osmose reversa e destiladores de água para a população. 4) Incentivar a prática de atividade física, orientar quanto à oxigenação. Um ótimo exemplo nesse sentido seria a implementação de outras formas de oxigenoterapia e ozonioterapia em todo o serviço de saúde pública. 5) Criar grupos de orientação para saúde emocional, incluindo ioga, meditação e palestras. Capa do livro “Os segredos da longevidade: um verdadeiro manual para ser saudável e viver mais por meio da alimentação, da medicina preventiva e do equilíbrio do seu organismo” Reprodução
Fonte: Globo.com
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