Revista científica cita Bolsonaro e critica países que não levam a sério a ameaça da Covid-19

'The Lancet' diz que presidente brasileiro tem 'resposta fraca' ao vírus e que está passando por intensa reação pública e sendo criticado por especialistas. Comunidade médica reage às declarações de Bolsonaro sobre coronavírus A revista científica "The Lancet", uma das mais respeitadas do mundo entre os cientistas, publicou um posicionamento nesta sexta-feira (27) no qual critica as respostas de alguns governos que não foram rápidos ao exigir o isolamento da população devido ao coronavírus Sars-CoV-2. O único presidente citado diretamente foi Jair Bolsonaro. "Muitos governos federais responderam rapidamente, mas muitos ainda não levam a sério a ameaça da Covid-19 - por exemplo, ignorando a recomendação da Organização Mundial da Saúde contra aglomerações. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tem sido fortemente criticado por especialistas da área da saúde e enfrenta uma intensa reação pública por sua fraca resposta", disse o texto da "The Lancet". VÍDEOS: incubação, sintomas e mais perguntas e respostas BOATOS: O que é #FATO ou #FAKE sobre o coronavírus GRUPOS VULNERÁVEIS: veja quais grupos têm mais complicações SINTOMAS: febre, tosse e dificuldade de respirar, entenda em detalhes A revista chama a atenção para países como os Estados Unidos, Reino Unido e Suécia que tiveram respostas lentas e hoje criticadas. Também diz que "inevitavelmente" a próxima onda de infecções irá atingir a África e a América Latina. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, braço do órgão dos Estados Unidos baseado na África, já detectaram a doença em 41 países do continente. Brasil, México e Peru já relatam milhares de casos. "A maioria dos países africanos ou latino-americanos tem apenas dezenas ou centenas de ventiladores e muitas unidades de saúde não possuem terapias básicas, como o suporte de oxigênio. Os sistemas frágeis de saúde logo serão sobrecarregados se a infecção se espalhar amplamente. As pessoas que vivem em áreas urbanas pobres e superlotadas são especialmente vulneráveis. Muitos não têm saneamento básico, não podem se isolar e não têm licença médica paga ou previdência social", completaram os editores da revista. Pronunciamento criticado Na noite da última terça-feira, Jair Bolsonaro fez um discurso que gerou uma repercussão de especialistas, políticos e até aliados. O presidente pediu a "volta à normalidade", o fim do "confinamento em massa" e disse que os meios de comunicação espalharam "pavor". O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), divulgou uma nota na qual classificou a fala de Bolsonaro como "grave" e disse que o país precisa de uma "liderança séria". O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o pronunciamento "foi equivocado ao atacar a imprensa, os governadores e especialistas em saúde pública". Veja mais posicionamentos. Líderes globais ressaltam cuidados para evitar coronavírus Initial plugin text

Fonte: Globo.com
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