Hotéis da Espanha oferecem quarentena cinco estrelas para pacientes com coronavírus


Em Madri, 704 pacientes estão espalhados por 11 hotéis; em Barcelona, setor colocou 2,5 mil 'leitos' à disposição. Pandemia já deixou mais de 11,7 mil mortos no país. Profissionais de saúde prestam atendimento a paciente com a doença Covid-19, causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), na chegada dele ao Hotel Melia Barcelona Sarria, nesta quinta-feira (2); o local foi transformado em 'centro médico' para tratar de doentes em estado crítico Pau Barrena/AFP Um motorista de ambulância vestido com um traje branco entra na recepção de um hotel de Barcelona para anunciar a chegada de três novos "clientes". São Josefa, Julián e Juan, pacientes com coronavírus recém-saídos do hospital para ali passarem sua quarentena. "Bom dia! Como vocês estão? Eu me chamo Enrique Aranda e sou, provavelmente, a primeira pessoa fora da área de saúde que você vê em vários dias", diz o encarregado das "boas-vindas", na porta da ambulância. Ele é o diretor do Hotel Meliá Sarriá, um estabelecimento cinco estrelas na zona nobre de Barcelona que, em colaboração com a rede de ambulatórios da cidade, adaptou suas instalações em três dias para se transformar um espaço "medicalizado". "Alguns pacientes vêm achando que vão ser tirados do hospital para serem deixados morrer. Tem muita gente assustada. Eu tento fazê-los esquecer de tudo isso", explica Aranda à AFP, de roupa "normal", mas protegido com máscara e luvas. "Não os deixo sair da ambulância até conseguir um sorriso. Quero que entrem de outra maneira, que vejam que isso aqui não é um hospital. É um hotel", completou. CORONAVÍRUS NO MUNDO: Alemanha envia respiradores para a Espanha PERGUNTAS E RESPOSTAS: como lidar com as crianças durante o isolamento GUIA ILUSTRADO: sintomas, transmissão e prevenção Na chegada, os novos "hóspedes" são recebido por um grupo de enfermeiros protegidos de jaleco, luvas e máscara – verde ou azul. Na entrada, a temperatura é verificada, e o histórico clínico, revisto. Os profissionais de saúde também perguntam se algum familiar precisa ser informado para, somente a partir daí, levarem a pessoa ao quarto, onde permanecerá isolada em quarentena. Fechados por decreto do governo como medida para lutar contra a pandemia, que já deixou mais de 11,7 mil mortos na Espanha, vários hotéis se transformaram em "centros médicos" para aliviar a saturação dos hospitais. Em Madri, a região mais castigada e a primeira a adotar a medida, 704 pacientes estão espalhados por 11 hotéis. Em Barcelona, o setor colocou 2,5 mil "leitos" à disposição. Em operação desde domingo, o Meliá Sarriá tem 107 "hóspedes" e receberá 50 por dia até ocupar seus 307 quartos. "São casos que já estão bem, que passaram por todo processo hospitalar e que fazem a última etapa de recuperação aqui no hotel", explica a enfermeira Gemma Fanlo. "Em outras circunstâncias, se não tivesse essa pandemia, poderiam estar em casa", completa ela, diretora-adjunta do ambulatório CAP Montnegre, situado perto deste estabelecimento. No hotel, os contatos são mínimos. Há um elevador para os profissionais de saúde e outro para pacientes. Em seus luxuosos corredores, com cheiro de hospital, reina o silêncio. As quatro refeições diárias são deixadas na porta de cada quarto. O entregador bate, e o paciente tem de contar até cinco antes de abrir. Todos que entram no quarto devem ser submetidos a um controle de temperatura corporal prévio, e os familiares, que levam roupa e material de distração como computadores e revistas, não passam da porta. Initial plugin text

Fonte: Globo.com
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