Tratamento com plasma com anticorpos da Covid-19 não tem benefícios comprovados e ainda está em investigação, diz Opas
Crescimento de dengue, tuberculose e HIV na América Latina durante a pandemia preocupa a agência de saúde. Dois estudos no Reino Unido estão testando se o plasma é ou não eficaz. Opas ainda não recomenda. Getty Images A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou nesta terça-feira (11) que o tratamento com plasma sanguíneo com anticorpos da Covid-19 não tem benefícios comprovados pela ciência. "Não existe evidência suficiente para falar de seus benefícios e riscos. Sua eficácia está sendo investigada ainda em vários ensaios clínicos", disse o diretor da Opas, Sylvain Aldighieri. O diretor explicou que o tratamento com plasma sanguíneo com anticorpos de um determinado vírus e utilizado para algumas doenças, como o Ebola, na África. No caso do coronavírus, contudo, como ainda não há comprovação científica, a Opas não recomenda. "[Tratamento com plasma] Não faz parte do tratamento principal para Covid-19 que estamos recomendando na Opas", esclareceu Aldighieri, lembrando que ainda não há nenhum medicamento e tratamento comprovado contra o vírus. Pandemia e epidemias em curso na América Ainda nesta terça, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa F. Etienne, alertou nesta terça-feira (11) que doenças infecciosas como a dengue e a tuberculose estão em crescimento na América Latina por causa da crise gerada pela pandemia no sistema de saúde dos países da região. "Houve aumento de 139% nos casos de dengue na América Latina em comparação com o mesmo período em 2019", alertou Carissa F. Etienne. A Opas demonstrou preocupação em especial com a interrupção de serviços básicos de saúde para doenças comuns na região, como tuberculose, HIV e hepatite, que, segundo a organização, são as enfermidades mais afetadas na pandemia. "Mais de 80% dos países da América Latina e do Caribe relatam desafios na administração do tratamento da tuberculose", disse Etienne. “O avanço que conseguimos nas últimas décadas [no combate à doenças tropicais] poderão retroceder nos próximos meses”, disse a diretora da Opas.
Fonte: Globo.com
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