Fóssil interestelar: entenda por que o Meteorito Santa Filomena é tão importante para a ciência
Corpo celeste foi encontrado no telhado de uma casa na cidade no interior de Pernambuco. Meteorito Santa Filomena fará parte de exposição no Museu Nacional Cristina Boeckel/g1 Rio Terceiro maior meteorito recuperado do Brasil, o Santa Filomena foi apresentado esta semana e passou a integrar o acervo do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Parece uma pedra comum, mas os 2,8 quilos têm mais história do que qualquer outra coisa na Terra. Até fósseis de dinossauro 🦕 são “bebês” 👶 perto dessa rocha, na escala astronômica. Isso porque o Santa Filomena tem 4,6 bilhões de anos! ⌛ Quando a poeira de estrelas já mortas se fundiu e formou o Santa Filomena, o nosso Sol 🌞 nem havia aparecido — muito menos a Terra 🌎 e nossos vizinhos. Então, tocar no Santa Filomena é tocar no passado! Role a página e desbrave esse fóssil interestelar: De onde veio? 📍 Por falar em vizinhos, o meteoro que caiu em Pernambuco veio de bem longe: num ponto onde hoje passam as órbitas de Marte e Júpiter. Mas calhou de o caminho do Santa Filomena cruzar com o da Terra, e na tarde de 19 de agosto de 2020, houve o impacto 💥. Essa pedrinha anciã estava no telhado de uma casa. Quem achou foi a pesquisadora Amanda Tosi, da UFRJ. Escrito nas estrelas O Santa Filomena conta histórias por dentro e por fora. A análise mineralógica da pedra não só comprova a idade. O laboratório descobriu no meteorito um componente que nem existe na Terra! É a troilita, literalmente um material extraterrestre. 👽 Do lado de fora, uma aula de astronomia: o Santa Filomena tem todos os traços de um corpo que caiu do céu — a 54.000 km/h! 🚀 Uma crosta escurecida, causada pela “queimadura” no atrito com a atmosfera. Regmaglitos, marcas que parecem feitas com dedos, mas que são microerosões. Linhas de fluxo, também cicatrizes da entrada na Terra, mas nas laterais da rocha — como se a incandescência fluísse por canaizinhos. E uma “fratura exposta”, que prova que o interior é claro como o de uma pedra terrestre, possivelmente resultado do choque no telhado — mas não forte o suficiente para rompê-lo. Luta contra as intempéries Não à toa uma pedra é confundida com um meteorito: “São os menteoritos”, brinca Maria Elizabeth Zucolotto, do time Meteorísticas, que localizou, estudou e agora apresentou o Santa Filomena. Elizabeth explica que “99% dos supostos meteoritos não são”. Aí a gente criou o termo menteorito. No inglês existem os meteowrongs, ante os meteorites, ou ‘meteorights’. Exatamente porque é tão difícil achar um objeto que não seja um menteorito, Amanda Tosi explica que todo o tempo é pouco. “Um dos fatores mais importantes quando um meteorito cai é a gente ir em busca logo em seguida”, disse. “Esse fragmento está ‘fresco’, não vai sofrer com as intempéries, como chuva, a erosão. Tanto que o meteorito rochoso, quando ele cai e ninguém recupera, fica meses ou anos e acaba parecendo muito uma rocha terrestre”, explicou. Um meteorito fará parte da nova coleção do Museu Nacional
Fonte: Globo.com
EmoticonEmoticon