Ministro da Saúde defende maiores investimentos para vacinas contra sarampo nos primeiros dias de vida da criança
Durante encontro no Rio, Luiz Henrique Mandetta falou sobre a geração de pais jovens que não conheceu os efeitos negativos da falta de vacinação no passado. Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, durante o lançamento da campanha nacional de vacinação contra o sarampo Divulgação/Ministério da Saúde O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defende maiores investimentos na produção de vacinas que possam ser aplicadas nos primeiros dias de vida do bebê. A afirmação foi feita na manhã desta terça-feira (22), durante a 20ª Reunião Geral Anual da Rede de Produtores de Vacinas dos Países em Desenvolvimento (DCVMN, na sigla em inglês), no Leblon, Rio de Janeiro. "Precisamos de mais pesquisas. Temos que fazer mais vacinas para usarmos no período que chamamos de 'dias dourados', quando as crianças nascem. Ainda não é assim, mas temos que melhorar nesse sentido para alcançarmos nossas metas". O encontro teve a participação da diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, além de representantes da Organização Mundial da Saúde, da Unicef e da Fundação Bill & Melinda Gates. No evento, o ministro mencionou que, por conta da idade, pais mais jovens não conheceram os efeitos negativos provocados pela não vacinação no passado. Segundo ele, este seria o motivo pelo qual alguns deles se recusam a vacinar os filhos. "Os pais de agora têm entre 20 e 30 anos. Eles não viram o que aconteceu no passado, quando as pessoas não se vacinavam. Por isso, muitos não sabem o que falam. Estou com 57 anos e tenho amigos que tiveram poliomielite na infância, entre 1964, 1965 e 1966. Quando tiveram acesso às vacinas aqui no Brasil, os pais daquela geração saíram de todas as partes deste país, trazendo suas crianças para serem vacinadas. Hoje, essas pessoas são avôs e avós e são elas que deveriam falar sobre como é dramático perder seus filhos para o sarampo ou qualquer outra doença". Mandetta criticou as pessoas que divulgam notícias falsas sobre os efeitos colaterais negativos e ineficiência das vacinas. "Por que o sarampo causa tanto estrago ao redor do mundo? Se é verdade que a ciência traz luz e conhecimento à vida, por que 'fake news' são tão poderosas e colocam nossas crianças no caminho da morte? Quem é o responsável por isso? Quando alguém diz algo sem qualquer suporte científico, seja por razões religiosas ou qualquer razão que esteja por trás disso, não são responsabilizadas por nada. Comunicação é uma coisa sobre a qual temos que pensar – vacinas são uma questão de confiança. Os pais precisam ter confiança". Ele disse, ainda, que a existência de um sistema de atenção primária universalizado depende, antes de qualquer outra coisa, de uma cobertura total de vacinação. "Vejo a Organização Mundial de Saúde fazer um grande esforço para a cobertura universal de saúde – e isso é importante. Mas como podemos falar de cobertura universal de saúde sem mencionar a cobertura universal de vacinação para todos os seres humanos neste planeta? Vamos começar com isso. Esse seria um primeiro passo muito importante".
Fonte: Globo.com
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