Estudo relaciona desnutrição de mães com agravamento dos efeitos do vírus da zika na malformação de fetos
A alimentação de gestantes infectadas pelo zika está diretamente relacionada ao agravamento de casos de infecção; estudo relaciona dieta pobre em proteínas com maior incidência de microcefalia. Para a América Latina, os recursos servirão ao combate e atendimento de crianças com microcefalia, por exemplo Felipe Dana/AP A desnutrição de mulheres grávidas estaria diretamente relacionada ao aumento dos casos de microcefalia pelo vírus da zika. Um estudo publicado na sexta-feira (10) pela revista "Sciences Advances" mostrou que uma alimentação pobre em proteínas aumenta os riscos de infecção nas mães o que pode provocar a malformação dos fetos. Zika, dengue e chikungunya: veja semelhanças e diferenças entre os vírus transmitidos por mosquitos Cientistas brasileiros e ingleses defenderam que os casos de síndrome congênita associada à infecção pelo vírus da zika (CZS, da sigla em inglês) estão ligados a fatores ambientais e de estilo de vida. O estudo foi feito em conjunto por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade de Oxford, na Inglaterra. A CZS, engloba uma série de malformações associadas com a zika que podem se manifestar durante a gestação. Entre elas estão as alterações cerebrais (microcefalia e lisencefalia), problemas na retina e aumento dos ventrículos cardíacos. A zika é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo responsável pela dengue. Aedes aegypti possui coloração escura e listras brancas pelo corpo Pixabay Casos se concentram no Nordeste O Brasil foi apontado pela pesquisa como um dos países mais afetados pelas infecções do vírus da zika, com a maior parte dos casos –cerca de 75% – concentrados na região Nordeste. "A infecção congênita pelo zika pode ser piorada por fatores ambientais, principalmente uma dieta pobre em proteínas", disse em nota o professor da Universidade de Oxford Zoltán Molnár, um dos autores do estudo. Os cientistas explicaram que a dieta das comunidades mais pobres do país, baseada no alto consumo de carboidratos e baixo consumo de proteínas teve um papel definitivo no agravamento dos efeitos da síndrome. Mesmo resultado em cobaias O estudo replicou os efeitos da infecção em camundongos que receberam uma dieta pobre em proteínas e os pesquisadores observaram que os sinais da doença registrados em humanos também foram identificados nas cobaias. As fêmeas de camundongo com alimentação não balanceada tiveram uma infecção mais persistente que as saudáveis. Entretanto, o cientista alertou que apenas ter uma boa alimentação não é suficiente para evitar a doença. “Melhorar a dieta por si só não protege contra infecções pelo zika", explicou Molnár. "Mas pode determinar a gravidade da infecção." O estudo ponderou que ainda é cedo para realizar experimentos clínicos em humanos, mas defendeu que o padrão identificado nos camundongos já seria suficiente para apontar um caminho no desenvolvimento de tratamentos para a infecção. VÍDEOS SOBRE ZIKA Veja vídeos do Bem Estar sobre o zika. Vírus da Zika: Bem Estar mostra como estão as crianças que nasceram com microcefalia Bem Estar mostra a importância de estimular crianças com a síndrome congênita da Zika
Fonte: Globo.com
EmoticonEmoticon