O que se sabe sobre investigação relativa à Backer e síndrome que afetou 11 pessoas em MG


De acordo com a Polícia Civil, dois lotes de Belorizontina estavam contaminados com dietilenoglicol. Substância pode ter causado síndrome nefroneural em onze pacientes. Polícia diz que mais um lote da cerveja belorizontina está contaminado A Polícia Civil investiga a presença de dietilenoglicol em cervejas da marca Belorizontina, produzidas pela Backer, empresa de Belo Horizonte. A substância teria provocado uma síndrome nefroneural que afetou onze pessoas em Minas Gerais. O caso vem mobilizando as autoridades de saúde desde o início de janeiro. Os sintomas da síndrome podem incluir náusea, vômito e dor abdominal, evoluindo rapidamente para insuficiência renal e alterações neurológicas. Um deles morreu em Juiz de Fora, onde estava internado, na semana passada. Além dos pacientes internados em Belo Horizonte, há um em São Lourenço e outro em Viçosa. Cervejaria Backer, no bairro Olhos D'Água, em Belo Horizonte Odilon Amaral/TV Globo A cervejaria Backer negou que usa o dietilenoglicol no processo de fabricação de cerveja. A substância é um anticongelante. Especialistas dizem que ela não é usada na indústria cervejeira por não ser do gênero alimentício. A Backer disse utiliza o monoetilenoglicol no resfriamento das serpentinas. As duas substâncias foram encontradas em garrafas, mas o monoetilenoglicol é considerado menos tóxico. Como o caso veio à tona? O caso veio à tona no dia 6 de janeiro após circularem informações nas redes sociais de que pessoas de uma mesma família estariam hospitalizadas, em estado grave, com sintomas de uma doença ainda desconhecida. Havia informações de que essas pessoas teriam comprado a cerveja Belorizontina em supermercados do Bairro Buritis. A empresa Backer, que fabrica a Belorizontina, negou que a bebida possa ter relação com os sintomas apresentados pelos pacientes e chegou a declarar que as mensagens eram mentirosas. Uma amiga da família do paciente que morreu disse ao G1 que não havia a confirmação de que ele tenha tomado a cerveja. A Vigilância Sanitária de Belo Horizonte recolheu alimentos para análise. Consumidor final pode entregar garrafas em sedes das regionais de BH Quais são os lotes contaminados? Até o momento, o dietilenoglicol foi encontrado em dois lotes da cerveja Belorizontina. São eles o L2 1354 , e o lote 1348 e suas duas linhas de produção: L1 e L2. Houve contaminação no tanque da Backer? A Polícia Civil disse em entrevista coletiva nesta segunda-feira (13) que a substância dietilenoglicol foi encontrada em um dos tanques da cervejaria Backer, em Belo Horizonte. A empresa nega que usa a substância no processo de fabricação. No mesmo tanque foi encontrada a presença de monoetilenoglicol, que é usada pela Backer como anticongelante de serpentinas e tem baixa toxicidade. A cervejaria foi interditada? Nesta sexta-feira (10), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) interditou a fábrica. Técnicos do ministério foram ao local e decidiram periciar todos os lotes de cerveja. O Mapa afirmou que apreendeu 16 mil litros de cerveja e que faz analises laboratoriais em amostras. Onde o lote contaminado pode ser encontrado no Brasil? O lote 1348, das linhas de produção L1 e L2 , da cerveja Belorizontina, fabricada pela Backer, foram vendidos para Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal, segundo a empresa. Duas amostras destas séries estavam contaminadas com a substância tóxica dietilenoglicol, de acordo com perícia da Polícia Civil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária determinou nesta sexta-feira (10) o recolhimento do produto em todo o país. Quais são os sintomas da síndrome nefroneural? Os sintomas se iniciam com náusea/vômito e/ou dor abdominal, associados à insuficiência renal aguda grave de evolução rápida, em até 72 horas. Além disso, há alterações neurológicas, como paralisia facial e borramento visual. A média de dias entre o início dos primeiros sintomas e a internação foi de 2,5 dias. Quantos casos foram identificados até agora? Até a última atualização desta reportagem, neta segunda-feira (13), onze pessoas haviam apresentado insuficiência renal e alterações neurológicas com rápida evolução. Um dos pacientes, Paschoal Dermatini Filho , morreu em Juiz de Fora. Paschoal Dermatini Filho, de 55 anos, morreu em Juiz de Fora Redes Sociais/Reprodução Exames de sangue deram positivo para dietilenoglicol De acordo com as investigações, exames de sangue de quatro vítimas deram positivo para a presença de dietilenoglicol, substância que pode ter provocado os sintomas de insuficiência renal e alterações neurológicas. As amostras de sangue, no entanto, não detectaram a presença de monoetilenoglicol. Qual a dose de dietilenoglicol pode ser letal? De acordo com o superintendente da Polícia Técnico Científica da Polícia Civil, Tales Bittencourt, a contaminação por dietilenoglicol pode ser letal com a dosagem entre 0,014mg por quilo a 0,17 mg por quilo. “Isso significa que a dose letal para um homem de 70 quilos pode ser entre 1 grama a 12 gramas.” Dois novos casos de síndrome que matou em Minas são notificados em Belo Horizonte A polícia trabalha com a hipótese de sabotagem? A Polícia Civil investiga se um ex-funcionário participou de suposta sabotagem na contaminação da cerveja. No fim do ano passado, um supervisor da cervejaria chegou a registrar boletim de ocorrência de contra o ex-trabalhador, que o ameaçou. “Não posso afirmar se foi sabotagem ou se foi erro.”, disse Flávio Grossi Delegado titular do inquérito na coletiva. Initial plugin text

Fonte: Globo.com
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